terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

“Por que a mulher tem um dia só dela?”


Porque a mulher sabe como é amar enquanto sente o coração doer. Por todos os motivos que a mantém acordada esperando o filho chegar de madrugada.

Porque ela finge que gosta de futebol, enfrenta um gosto amarguinho da cerveja, prepara aperitivos e descansos de mesa para não deixar marcas do fundo do copo enquanto o marido assiste futebol. Porque ela quer sexo enquanto ele vê futebol e finge que não se importa com seus comentários machistas a respeito.

Ela sabe ser amiga em todos os momentos. Tem exercício de oratória e consegue fazer um belo discurso – ou um discurso exaltado – sobre os mais diversos sentimentos. Tem exercício de escutatória e consegue entender quando alguém quer apenas desabafar. Porque tenta ser romântica mesmo quando o homem que ama está roncando.

Porque quando sai com a turma ela administra papos sobre música, casa, estudos, sonhos, aspirações, mágoas, fins de namoro, tamanhos de pênis e loucuras de amor. E no mesmo dia, quiçá ao mesmo tempo, chora e sorri.

Porque até sua fisiologia a dilacera: parto, menstruação, TPM, problemas ovarianos, uterinos, de pele ressecada. Como se já não bastasse o amor intrínseco com o qual nasceu.

Pelas mesmas razões por que ela tenta usar um vestido primaveril, um perfume entre o vale dos seios e uma lingerie linda muito desconfortável, mas que exalta sua volúpia.

Porque tenta parecer sexy usando um avental e com o rosto sujo de farinha e algumas gotas de suor na base da testa – enquanto pensa seriamente em começar uma nova dieta.

Porque ela prende o cabelo em um rabo-de-cavalo alto nos dias em que não teve tempo para a chapinha e espera, enrubescida e ansiosa, que ele use alguma frase que dê a entender que o penteado acentua suas covinhas e as maçãs do rosto.

Porque suas capacidades de dança precisam incluir valsa, forró, dança do ventre, streap com pole dance e Xuxa só para baixinhos.

Porque ela repousa as mãos sobre o ventre e é capaz de amar alguém cujo rosto ainda nem conhece. E faz compras de enxoval, compras de natal, aniversário, páscoa, final de semana, dia dos pais, dia das crianças, dia de Cosme e Damião, dia da sogra, fim de ano, reposição de guarda-roupa.

E ela precisa ser forte sem perder a doçura, precisa ser valente sem perder a sutileza, precisa ser brava sem perder a feminilidade. Tudo isso em cima de um salto alto e um terninho bem passado da empresa com cara de que nem liga para a dor insuportável nos pés.

Vocês homens tem um papel fundamental na vida de uma mulher, isso é um fato inegável. Mas se esse ser não existisse para aparar as arestas azedas da vida – e eu digo desde suas mães até suas esposas e filhas – seriam apenas pedra bruta. Não haveria arte.

Por um só dia deixem de lado as piadinhas preconceituosas sobre seus erros no volante ou seu lugar ao fogão, em todos os outros ela já suporta isso. E hoje – que por todos os motivos que listei é merecidamente só dela – sugiro que a reverenciem como a rainha que ela quase sempre se esquece que é.

Porque cada uma é tão única que nem 365 dias mais ano bissexto fariam justiça à sua beleza.

Parabéns, mulher!
E um parabéns especial a todas as nossas lindas leitoras, que enriquecem esse espaço com a graça e a sutileza de sua presença.

Por Lety

9 comentários:

Anônimo disse...

Lindooooooooooooooooooooo!

*-*

Vi.

8/3/11
Anônimo disse...

Parabéns a todas as mulheres, mães, amigas, namoradas, esposas, colegas de trabalho, enfim...

não tenho receios em afirmar que as mulheres são os seres mais perfeitos criados pela divindade, elas são capazes de realmente dar um sentido às nossas vidas, principalmente a de nós - homens- afinal, portadoras de sensibilidade e maturidade que tanto nos falta. Por isso, um dia apenas é pouco para homenageá-las, todos os dias do ano deveriam ser delas.

dizem - não sei até que ponto isso é verdade -, mas tudo o que o homem erigiu até hoje (cidades, estados, palácios suntuosos, etc.), foi pensado em agradar ou seduzir a uma mulher, o que não deixa de ter uma certa lógica, na medida em que nós homens conduzimos nossas vidas em favor delas - nossas belas companheiras.

minha admiração é tamanha que, para ser sincero, prefiro indiscutivelmente
a mais breve companhia de minha namorada - ainda que em mútuo silêncio aconchegante, ou mesmo realizando as coisas mais corriqueiras - do que estar no meio de um bando de marmanjos discutindo futebol... , mas, o que posso fazer se gosto tanto de mulher...

nosso mundo e corações são delas.

desculpem a extensão do comentário...

8/3/11
Unknown disse...

nossa lety!!!
me emocionei!
lindoooooo

8/3/11
Naiara e Letícia disse...

Caro anônimo, por favor, não se desculpe pela extensão do comentário, suas palavras foram MARAVILHOSAS. Estou me sentindo orgulhosa de um leitor assim rs que delícia ler isso.

E meninas... Obrigada e parabéns a vcs! ;)

8/3/11
Flávio Henrique disse...

Parabéns pelo texto! Brilhante como sempre, Lety.
Parabéns a vc e a todas as mulheres do mundo. Não é atoa que as mulheres tem um dia para homenagea-las, um dia só delas q representa todos os outros.

Bjos

8/3/11
Naiara disse...

Lindo texto Lety!

Tenho orgulho de dividir esse espaço com você, escritora profissional! Grande tradutora de sentimetos e emoções!

Obs.: O anônimo que escreveu essas lindas palavras é Bruno. Posso com isso? Aproveito o espaço e agradeço o carinho ao bem!

8/3/11
Bruna Maia disse...

Nem eu mesma conseguiria expressar tão bem meus próprios sentimentos!

8/3/11
Naiara e Letícia disse...

MENINA, ME PERGUNTARAM SE EU SABIA QUEM FOI E JURO PRA VC QUE EU RESPONDI: "Olha, acredito que tenha sido o namo de Tchu" NHOIM, NEGA, ONDE VC ENCONTROU BRUNO NÃO TINHA OUTRO NÃO??? :~~

Obs: Escritora profissonal? kkkk Ain, amida, obrigada, mas estou longe disso! E o prazer é meu de ser sua colega de Batom! rsss :~ Sempre digo que convidei a pessoa certa :)

8/3/11
Anônimo disse...

Não é preciso ser nota 10 em tudo
Quantas de nós aprenderam desde cedo a ser mulher pela via do cuidado com o outro? Sempre fomos incentivadas a nos comportar e a nos relacionar sob esse prisma: cuidar das bonecas, dos irmãos, das nossas coisas, da casa, fazer carinho, dar boas respostas, preocupar-se com as pessoas e por aí vai... Cada uma de nós também carrega em sua história modelos, nem sempre os mais saudáveis, vamos aprendendo e absorvendo informações sobre papéis, desempenhos, expectativas, cobranças, rótulos.
Nós, mulheres, nas últimas décadas, tivemos muitas conquistas. Ganhamos mais espaços além do âmbito doméstico, mas no pacote vieram junto mais responsabilidades! Mesmo com tantas mudanças ainda permanecem modos antigos de definições de papéis, aí que muitas coisas costumam se embolar. Acumulamos funções de 50 anos atrás, porém num mundo acelerado com mais afazeres e preocupações para a mulher moderna. Precisamos ser a "super mulher", "super administradora do tempo", "super amante", "super esposa", "super bela", "super profissional", "super mãe" e depois de tanto gasto de energia para manter os "super poderes" sobra muito pouco para cuidar de si mesma, para se fazer um agrado, para se observar com atenção. Vamos muito além dos limites em prol dos outros e acabamos fazendo muito pouco ou nada por nós mesmas.
Fomos ensinadas a super proteger o outro e deixamos de encarar a humanidade do processo, ficamos cegas ao fato de que tanto nossos filhos são seres humanos quanto nós mesmas. Como seres humanos, todos temos fraquezas e também potencialidades. Apostando na incapacidade do outro também estamos nos tornando incapazes, na medida em que empreendemos uma caçada desenfreada ao que não está em nosso controle. Não precisamos tampar todos os buracos, não conseguiremos satisfazer todos os desejos, não seremos a solução para todas as questões e nem por isso nossos filhos deixarão de ser felizes!
Carregar o mundo nas costas, abraçar o mundo com as pernas... Haja força e elasticidade! Será que sobra um pouquinho pra você mesma?
Se não ficamos atentas, entramos em outras canoas furadas como a síndrome de depender da dependência que o outro tem de nós ou a da culpa por não darmos conta de sermos tudo e um pouco mais.
A culpa nos faz enxergar que cuidar de si mesma implicaria em deixar de cuidar do outro e vira sinônimo de nosso temido inimigo: egoísmo. Quero aqui deixar alguns pontos bem claros: Em primeiro lugar, não precisa deixar de cuidar do outro. Essa é uma habilidade sua e provavelmente pode incluir um certo prazer (cuidar de quem você ama). A questão está em incluir outra qualidade em sua vida: cuidar também de você. Essa qualidade só se torna egoísmo quando a pessoa cuida SÓ de si mesma. Não é esse o convite! O convite é aliar a grande qualidade que você possui à outra, que tem sido um grande desafio para você.
Comece com pequenos passos: uma pausa quando estiver cansada, reservar algum dinheiro para comprar coisas para você, dedicar um tempo para marcar um checkup médico, marcar uma hora no salão de beleza, tirar uma ou duas horas para fazer um programa do qual você goste, realmente almoçar em seu horário de almoço ao invés de ficar só resolvendo problemas... Cada conquista lhe dará mais força na direção de um novo passo. Cuide dessa pessoa tão importante em sua vida!
(Psicóloga, psicodramatista e aromaterapeuta. Trabalha em projetos sociais como facilitadora de grupos de mulheres e grupos de reflexão sobre o Feminino em Belo Horizonte e interior de MG)

Li este texto e achei muito legal e resolvi compartilhar com vocês garotas!!
Bibi

24/3/11